Há tempos eu era.
Há pouco tempo eu sou.
No espaço de quem eu era
E de quem eu sou
Descobrir as interfaces
Da pigmentação desta pele humana e frágil.
Trago em minha cara
As marcas das lágrimas
Que ganhei ao nascer desta cor.
Sou a mistura
Bruta e clara
Da ginga, da alma, do batuque
De tanta gente, de tanto sangue,
de tanta luta, de tanta dor.
Sou chamada de morena, preta,
amorenada, quase clara.
Ou cochicham à surdina: negra assanhada!
Sou mestiça, obrigada a dizer:
Sim, senhor!
Nesta terra das misturas,
E tão impune
A senzala é ocupada por todas as cores.
Agora, face a face
Sem buscar disfarce
Vejo-me grande e bela
E de toda cor.
Há pouco tempo eu sou.
No espaço de quem eu era
E de quem eu sou
Descobrir as interfaces
Da pigmentação desta pele humana e frágil.
Trago em minha cara
As marcas das lágrimas
Que ganhei ao nascer desta cor.
Sou a mistura
Bruta e clara
Da ginga, da alma, do batuque
De tanta gente, de tanto sangue,
de tanta luta, de tanta dor.
Sou chamada de morena, preta,
amorenada, quase clara.
Ou cochicham à surdina: negra assanhada!
Sou mestiça, obrigada a dizer:
Sim, senhor!
Nesta terra das misturas,
E tão impune
A senzala é ocupada por todas as cores.
Agora, face a face
Sem buscar disfarce
Vejo-me grande e bela
E de toda cor.
Luciane
kel cintra
dia 20 ao retornar a casa ouvi alguém dizer : hoje teve a passeata dos nego, um bando de gente bebada, boiola dançando, tudo dando lugar ao djiabo!
Eu ia ficando com raiva mas não, a pessoa tava certa
na passeata haviam sim, bebados, estavam comemorando a liberdade...
haviam boiolas, pois ja nao há mais espaço para tanta discriminação,
entao os boiolas dançaram suas danças e seus orixas, boiolas negros e felizes, fiquei feliz tambem ao imagina-los requebrando oxum...
espero que a partir de hoje e em todos os novembros da vida as pessoas passem a dar lugar a esse diabo que dança bonito, aceita as diferenças e bebe pra comemorar, pois o cristo da nossa sociedade escraviza os negros, recrimina os boiolas e todo tipo de diversidade religiosa, principlamente a afro.
Um viva aos negros, aos boiolas felizes que dançam e ao diabo!
fotografia: Flavio Dominecucci
A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quimbundo “nzumbi”, e significa, grosso modo, “duende”. No Brasil, Zumbi significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.
e viva a escada, que não seria escada se não tivesse degraus...
ResponderExcluir