Sob cravos nessas mãos eqüidistantes
A receber pilhérias do astro – rei
Não sem dor e sem amor, minha paixão crucificada
Ao longe, a sereia do mundo me olha os olhos de carvão
Bruxuleante e persistente
Como um martelo a sinto perscrutar meu pensamento gelado
Atrito de ventania dividindo trópicos
Piso fundo o oceano
Do nascente ao poente vão meus pés em brasa beijar o chão
Em meu seio o crucifixo da noite aponta um norte
Comover o mundo? Não
Ouvir gemidos à lua cheia é isso que me importa
Desejar gemidos de homenzinhos débeis a sorrir
Tenho sede desses homens que ignoram tudo
Bebê-los-ei qual vinagre na espuma do cansaço
Embotarei meus dentes na miséria alheia
Enquanto essa vil ignorância fura-me a carne.
Sede de ser...
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