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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

compaixão






Eu nasci para ter paixão
eu vim aqui à paixão e não a passeio
Paixão não se pensa,  portanto não penso eu que é ruim me apaixonar, nem bom
Apenas me apaixono e pronto, não há o que se discutir
É meu ato continuo no processo de viver
é como uma pimenta, arde mas é gostoso
A paixão faz minha respiração suspirar
Traz à tona o âmago de cada coisa
Expõe  os ossos
Enquanto a gente se entranha
É estranho não se apaixonar
dizem que o céu é enfadonho
Mas não é
No céu há Vênus
E o desenfreado marte à sua cola
Estamos todos humanos que somos
Temendo e fazendo temer pela orbita de nossos plutões
Nas escalas mais inóspitas de nosso ser
O profundo sentimento de descontrole
Que faz as coxas tremerem previamente
O estranhamento de si mesmo e o processo de existir em torno disso é mera ilusão de desapego
A negativa da carne desestabiliza o espírito, e que paixão é o medo!
A terra se apaixona e se revolve, e assim nascem as montanhas, é doloroso sim
É necessário.
E o que dizer da luxuria dos vulcões?
 por que iria eu desprezar e corromper o que já é corrompido
a carne tem que se rasgar ao vivificar outra carne
longe de mim tal sacrilégio
A natureza humana é tecida nas paixões de papai e mamãe
E o cérebro pensante nasceu de uma vulva que quis
Negar o inato é ainda mais vão que apaixonar-se
O alto nasce do baixo , mas isto amigos, é apenas mais uma questão geográfica.

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