Eram cinco da tarde. O chapéu negro da pausa e da espera ainda estava lá. Havia esperado o dia todo na
greta, encarando apenas o chapéu escuro enquanto o turbilhão de segundos zuniam em meus ouvidos, contradizendo a espera da
espera. O tempo não ia passar.
Arremessava o corpo contra a cadeira enquanto o gelo
se derretia vagarosamente no copo. O calor
só subia em mim, o gelo era indiferente ao meu estado.
Tudo estava em seu devido lugar, até o maldito
assoalho recém-polido que fazia as vezes de espelho mostrando a face cinza da
espera. As paredes, a sala e o teto faziam coro com o chapéu preto: ele não
está aqui. Nem vai estar amanhã ás cinco.
Todas as imagens, todas as escolhas, todas as estimas passavam sucessivamente, repetidamente das minhas
retinas para as entranhas, desaguavam em pensamentos mórbidos
e escuros no porão da minha casa.
Sou um espírito fanfarrão, ao menos creio, mas há dias em que me torno sombra escura na penumbra
da ausência...Enquanto o relógio zomba do meu ânimo.
Eram cinco da tarde no decorrer da preguiça do tempo eu gritava ansiosa aos ponteiros que por favor
corressem, mas os ponteiros não ouvem. Ponteiros apontam inevitavelmente pra algum lugar.
Esses me apontavam o derradeiro suspiro de lástima, pra recomeçar no segundo
restante. As cinco da tarde.
Havia pensado em xingar, em dizer-lhe algo irritante,
com certeza diria, ou talvez não. Mas aquele chapéu, sinal de que uma cabeça
vazia vagava e sorria solta pelo espaço infinito de tempo que algum deus da tarde lhe concedera, em plenas cinco
horas de sofrimento...
Limitei-me a continuar respirando, minhas unhas
rasgavam meus pensamentos como seda e o vazio dava seus tiros secos em minha
solidão.Sinal de que, ele jamais voltaria
Nem mesmo pelo chapéu...
Arremessava o corpo contra a cadeira enquanto o gelo
se derretia vagarosamente no copo. O calor
só subia em mim, o gelo era indiferente ao meu estado.
Tudo estava em seu devido lugar, até o maldito
assoalho recém-polido que fazia as vezes de espelho mostrando a face cinza da
espera. As paredes, a sala e o teto faziam coro com o chapéu preto: ele não
está aqui. Nem vai estar amanhã ás cinco.
Todas as imagens, todas as escolhas, todas as estimas passavam sucessivamente, repetidamente das minhas
retinas para as entranhas, desaguavam em pensamentos mórbidos
e escuros no porão da minha casa.
Sou um espírito fanfarrão, ao menos creio, mas há dias em que me torno sombra escura na penumbra
da ausência...Enquanto o relógio zomba do meu ânimo.
Eram cinco da tarde no decorrer da preguiça do tempo eu gritava ansiosa aos ponteiros que por favor corressem, mas os ponteiros não ouvem. Ponteiros apontam inevitavelmente pra algum lugar. Esses me apontavam o derradeiro suspiro de lástima, pra recomeçar no segundo restante. As cinco da tarde.
Eram cinco da tarde no decorrer da preguiça do tempo eu gritava ansiosa aos ponteiros que por favor corressem, mas os ponteiros não ouvem. Ponteiros apontam inevitavelmente pra algum lugar. Esses me apontavam o derradeiro suspiro de lástima, pra recomeçar no segundo restante. As cinco da tarde.
Havia pensado em xingar, em dizer-lhe algo irritante,
com certeza diria, ou talvez não. Mas aquele chapéu, sinal de que uma cabeça
vazia vagava e sorria solta pelo espaço infinito de tempo que algum deus da tarde lhe concedera, em plenas cinco
horas de sofrimento...
Limitei-me a continuar respirando, minhas unhas
rasgavam meus pensamentos como seda e o vazio dava seus tiros secos em minha
solidão.Sinal de que, ele jamais voltaria
Nem mesmo pelo chapéu...
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