Todo poeta precisa fumar
Debelar em si toda fumaça que havia na poesia do cotidiano
Que na concretude das massas se torna areia
A lamentação poética no poeta não o faz motivo de discórdia
Pois todos veem nele mais um Cristo arrependido na história
De trazer as chagas da humanidade corpórea, aspira
A qualquer hora, a oportunidade vencida (que não nos redime)
De não mais vencer-se, mas entregar-se.
Sede, fome e pó sente o Cristo morto
Vaga em orgulho vago, o pobre homem, na ponta acesa de um cigarro
Num ócio vil e cansado, fingindo não sentir dor.
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