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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
vice-versa
Nota-se que não és mais o mesmo
mas não suponhas que eu ainda seja aquela que caminhou contigo.
Atravessando cidades do nosso passado,
depredamos os laços que faziam de nós o que éramos.
Supunhas que eu navegava contigo,
acreditando nas parábolas que me contavas, qual devota.
Enquanto eu te supunha para sempre ao meu lado;
estivemos tão unidos que acabamos por desejar o mesmo...
Uma moeda, porém, para ter valor necessita de dois lados
e assim partimos a correr atrás do vento,
nos virando do avesso
demo-nos as costas
nunca mais vi tua fronte carrancuda, nunca mais me recitaste teus versos
estamos agora ainda que distantes, versejando nas mesmas esquinas, doutrinando velhos vagabundos, entendendo os irascíveis, acalentando os fracos.
Vamos assim deduzindo que estamos caminhando
quando honestamente apenas repetimos, com palavras distintas, um ao outro.
Suponho eu que estás correto e tu me supões vilã de uma triste sina
Quando na verdade (se é que ela existe e me pertence)
Só estamos. Extremadamente perto.
De um jeito diferente.
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Muito bom!
ResponderExcluirUma moeda, porém, para ter valor necessita de dois lados... Boa! :)
Sábio, muito sábio.