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sábado, 31 de dezembro de 2011

De porque nasci com cabelos desgrenhados

                                                                  Irmãs lendo - Iman Maleki





Sempre me ponho a gritar na janela de qualquer coisa em movimento

Não sei se era a vida ou eu quem fazia vento

Não tive tempo de pentear o cabelo, mas penetrei nos mistérios do absurdo sem contudo achar resposta

Não tive tempo de seguir a corte, me diluí nos cantos do mundo

Cabelo de grama no chão da noite. Pingando estrela e passarinho.

Eis o absurdo que não posso suportar

Quando vou absorta por entre as nuvens da manhã, descobrindo que se fez tarde

A capa de minha tenda é feita de palavra arrependida, de cabeça rolando em brasa viva, de meninas abraçadas.

Decifrando cada degrau dos obstáculos que se interpoem nesse caminho, percebo: nunca pulei um carnaval, mas vivi.

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