Minha estrada é feita de sombras.
De medos ignorados que formam um castelo de espelhos
O chão de vidro onde piso com cuidado, reflete um teto diamantinado.
Não espero me quebrar em pedras atiradas, eu bem as mereço. São meus passos que partem o chão...
Procuro minha face nas paredes, inutilmente. Vejo sombras em todos os lados.
Caminho perpétuo na trinca de pesadelos
Invasão do frágil secreto estilhaço de certezas que, vagarosamente, teci pra mim, em mim. Formando cicatrizes escabrosas as quais nutro como uma mãe à sua criança.
De que adianta tanta proteção acima, se o abismo vem de baixo? Se é dentro o fogo molhado, vermelho molhando que não sacia, queimando as réstias de consciência numa insustentável e frágil persona
E quem dirá: segure-se em mim? todos estão tão ocupados correndo contra o tempo, correndo atrás do vento.
Todos esses bonecos de centelha a quem chamo semelhantes - e me gritam aturdidamente sem compaixão - são ecos da minha própria voz.