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sábado, 21 de janeiro de 2012

Pois ia




E eu andando por ali, com aquilo no meio das nádegas, um pé na beira outro na eira. Pois ia com a poesia bem no cerne da questão e não sabia.
Madrugada beirando o cinzel do arquiteto cintilante e eu aqui refutando tudo...
Essa vida nada mais é que uma frescura à toa que passa "essa é minha nova matéria, meu novo estudo, meu mais ultimo grande sem sentido investimento no futuro" dizem os tolos quais ânus & oxiurus
Deixa de estribilho menina, a vida passa com a garoa!
Na terra nao se desfaça desses tomates, lance-os ante a tua própria face, saiu na carta da língua.
Dos teus absurdos, de tuas palavras fajutas, de tuas ancas mal comidas, se ria que a vida vai vagabundeando nas portas e um dia há de te alcançar.
Por isso lhe oriento, perca tempo, que tudo é desculpa pra comer, essa é a lei do corpo.
Não importa quantas almas dentro dele caibam.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Parda

Hoje vi uma dança em forma de menina
Tamanha devoção desconhecia
Uma dança a sorrir, debruçando-se com honra e graça
Derramando-se inteira na existência e seu significado
Atribuindo cores onde passa
De dente ferino e branco rasgando o mundo inteiro em um sorriso
Devota a si mesmo a glória de ser simples
Sem pressa, linda resignação leciona
Tão profunda sem ao menos deslocar-se pra dentro
Estando ali, só quem ama percebe o quanto a vida lhe é grata
Existências como essa deveriam tornar-se cometas

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

vice-versa




Nota-se que não és mais o mesmo
mas não suponhas que eu ainda seja aquela que caminhou contigo.
Atravessando cidades do nosso passado,
depredamos os laços que faziam de nós o que éramos.
Supunhas que eu navegava contigo,
acreditando nas parábolas que me contavas, qual devota.
Enquanto eu te supunha para sempre ao meu lado;
estivemos tão unidos que acabamos por desejar o mesmo...
Uma moeda, porém, para ter valor necessita de dois lados
e assim partimos a correr atrás do vento,
nos virando do avesso
demo-nos as costas
nunca mais vi tua fronte carrancuda, nunca mais me recitaste teus versos
estamos agora ainda que distantes, versejando nas mesmas esquinas, doutrinando velhos vagabundos, entendendo os irascíveis, acalentando os fracos.
Vamos assim deduzindo que estamos caminhando
quando honestamente  apenas repetimos, com palavras distintas, um ao outro.
Suponho eu que estás correto e tu me supões vilã de uma triste sina
Quando na verdade (se é que ela existe e me pertence)
Só estamos. Extremadamente perto.
De um jeito diferente.