Disseram não ser de bom tom começar um verso com cai a noite
Mas nenhuma noite é igual do lado de cá dos meus versos
Ela cai em meu colo como um soneto soprado ao som da primeira primavera do menino Deus
Outras vezes ela sobe, pirraça e escancara certa nudez nos trópicos de câncer
Dona noite em sua cauda púrpura
Esparge o vento de Aruanda
Em meu cais, emboto os olhos de olhar o infinito
Procurando os mistérios das taças africanas
Para adentrar em seu encanto místico, peço a lua que vai subindo
Tão grávida que nem sei...
Peço a ela sua licença
É Olorum remando livre na antítese de um problema
Meu gênero humano se desfalece
Em minha pupila é lua cheia,
O congo, o que é do congo, o Caminheiro celestial e o pai nagô na colina faceira da cachoeira
Na elipse frondosa dos cavaleiros, em angola e na vida que penso ser minha
O conchavo dos humildes reis africanos de nosso Senhor Jesus Cristo,
Com as graças de Deus