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terça-feira, 26 de julho de 2011

Desencantamento para um miserável








Uma vez conheci um fidalgo, tinha cara de senil o vigarista
A oleosidade de sua pele não nega os ascos e desprazeres de que foi feito e de onde provém. Feio, intruso, usurpador e narigudo. Não foi parido, chacais o rejeitaram e ele veio para o mundo, moribundo e sem asas.
Pensa que se safa. E como pensa, acredita que se faz acreditado, acredita ser senhor de si, acredita que acreditando em que acredita se fará crido, credo. Todas as damas de sua corte se riem dele pelas costas. Pobre infame animalesco desdito e louco; da loucura de Nabucodonosor padece.
Sufocado em penúrias mal se olha no espelho, sua vista escurecida mal alcança sua débil e pouco viril silhueta.
Amigo de coiotes e urubus comerá o que esses comem, num ato de canibalismo roerá a própria carne endurecida.Tão breve quanto uma sílaba, hei de ver sua ruína.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

οργασμός




Retalho
O entalhe sobre a mesa, esculpida
acesa
desliza, vela
sulfúria e bela.
Atroz, indomável
como rompantes e carnavais
e seus finais desconhecidos, cadáveres intangiveis, orbes de serpentes
Adjacencia soberanas e sublimes, leve e confere jactância
sulcos verídicos e inexpugnáveis, rasgos, cascatas
Fascínio.
Desejou.
Jaspe longitudinal, Iris de Isis exaspera
de rarissimas passarelas elicoidais
navega salutar delirio, entrega e some
Incólume, avesso a dor, vazou.