Final da noite, as estrelas não caíram
Ainda estão coladas no céu, em seu parquinho de diversões
E pra elas que ainda brilham de mansinho, um suor, um suspiro
Não amo a vida, apenas movo e danço um espetáculo saturnino
E a solidão é tão cheia de nomes e verbos, como pode ser tão só se expõe tanto minhas carnes?
Quem dará veto a terrível crime? Quem dará chão aos meus pés? bobagens, sigo enxugando a lágrima alheia
É tão cheia de mim minha tristeza que a abraço e ando
Nasci do temível ovo primordial que deu origem às galáxias, mas ainda não sei meu nome
Meu Lar é esse aperto no peito, minha infeliz aceitação
Inexato coração, sinto a dor de doar
Atordoada, doei uma asa à mãe e roguei ao pai feliz colheita
e da asa que me restou fiz o molde de um sorriso
e da asa que me restou fiz o molde de um sorriso
As coisas que não tem nome me ferem menos
Fim de noite, fiz meu juramento
Em mim dorme a pulsação de mil universos
Tão plácidos, tão em mim, órfãos de seu criador
Mas dormem, só meus olhos é que permanecem acordados
Impotentes, meros satélites margeando a imensidão do quase
O inalcançável absurdo de achar-se plena sem saber de que