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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Dracunculo




Não são teus olhos que quero em figura branda e pálida
Beijar-te na alvorada não significa que devo morrer de solidão?
Se tua mão lisa e clara, quantificasse serena minha pasma e esquálida serenata
Perante mórbidos encalços e pedras feridas que atirei em meus vidro e espelho
Difunde gelo em meus trópicos, tua doce ânsia de liberdade querida
Que em minha sofrida primavera deixei-te ir , num adeus de espasmo
E oposto à minha pena
Sou teu cravo, teu breu
Não sou eu as flores que passo alimentando o sonho em lindas pálpebras
Não, eu sou o vil martelo que apregoa ao universo tuas culpas
Eu sou a fenda que se abre ao céu que chora a testemunha de que não mais existimos
Não posso dizer-te muito obrigado nem mil desculpas
Apenas deixo-te no fim do abraço