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sexta-feira, 16 de abril de 2010

pessimismo volátil






A expectativa ofegante
Respira vaidosamente
Aspira poluindo o ar de gente que geme
O organismo levitando, singela e sorrateiramente
Entre os muros das casas e pessoas
Janelas e pálpebras alarmadas
O medo do pior engolfando-se nas ladeiras e mesas
Paciência, um pouco que se sofre hoje de nada vale amanhã
Os pés seguirão os mesmos sulcos dos esqueletos
Se os calos já não falam
Mórbidos
As pedras não profetizam
Maldição
A dor perdeu o sentido, a dor se tornou um fim
Perdição

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sugestão




O calor que se estende em minha pele
Me faz querer lamber o céu
O azul do céu
Se hoje não possuo o requinte do silencio
Que se partam aos raios para longe seus tímpanos
Sua pele, seu absinto
Minha lua desvairada despencou do céu
Minha lua coitada sangrou o rio
Minha alma armada desferiu um golpe de formosura
Contra o laço das galhofeiras
Eu portava uma arma, uma vela, uma caravela
Uma abóbada, um ocre
Eu portava uma aquarela, um desfalque, um grito
Uma antena
Eu absorvia um raio, uma loucura, um muro, um calço
Eu morria e ia e via e fazia
Eu vivia, vencia, luzia,
tardia
taquicardia.